quinta-feira, 21 de abril de 2011

O túnel do pânico


Há dias chovia torrencialmente, mas isso não impediu que Laura saísse. Tinha um encontro com Raul e não pensava perder essa oportunidade. Entrou no autocarro toda encharcada e a maldizer aquele tempo que a impedia de estar radiante. "Haverá outras oportunidades melhores", pensou. A viagem pareceu-lhe infinita, a chuva atrasava o trânsito e já estavam à séculos naquele túnel. Foi quando olhou pela janela e viu uma impressionante bola de fogo... Um camião cisterna tinha embatido contra a parede! A partir dessa altura, todo piorou: As saídas do túnel desmoronaram-se e a água começou a infiltrar-se. Os passageiros saíram do autocarro dominados pela histeria e procuraram uma saída desesperadamente, mas não tiveram sucesso. O nível de água começou a subir rapidamente,mas a Laura recusava perder as esperanças. "Não tarda nada vêm nos tirar daqui, não demora nada", repetia para si mesma. O pânico não a deixava aperceber-se de que tinha o corpo completamente coberto de água e sá a cabeça permanecia de fora. Foi então que o oxigénio começou a escassear e tornou-se mais díficil respirar, eram demasiadas pessoas para um espaço tão pequeno. Se ninguém os tirasse dali depressa não haveria oxigénio possível para todos. De repente, sentiu que uma mão lhe empurrava a cabeça para debaixo de água...

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